INCRÍVEL! INCRÍVEL!

Cá estou eu, em pleno sábado à tarde, trabalhando incansavelmente. Sim, a pessoa é um ser laborativo. Muito laborativo até. Sendo, inclusive, forte o bastante para resistir à suprema tentação de ouvir o jogo do Inter.

Mas, então, a pessoa está no sacrossanto recesso de seu lar, quebrando a cabeça por causa de uma mísera palavrinha (cuja busca consumiu metade da tarde), quando o silêncio é quebrado por um maldito carro de som, com um alto-falante animalesco, que jorra um funk desgraçado para todos aqueles que quiserem ouvir. Aqueles que não quiserem ouvem mais ainda.

Como todo carro de som que se preze, este não deve andar a mais de 10 km/h, se não 5. Até aí, tudo bem. A gente aproveita para fazer uma pausa, respirar um pouco, tomar uma água, esticar os músculos tensos e cansados, e olhar para o computador e se dar conta de que a tradução da mísera palavrinha estava o tempo todo debaixo do nosso nariz, mas a gente não viu. Normal, acontece muito.

Neste momento, neste exato instante, o horror se instala: o #&%@ carro estacionou BEM NA FRENTE da minha casa!!

O HORROR!! O-H-O-R-R-O-R!!

Mas ainda não estava acabado, porque, imediatamente, começou a soar o convite:

ESTA NOITE!! ATRAÇÃO NACIONAL!! DI-RE-TO DO RIO DE JANEIRO!! O BONDE DOS DOM JUAN!! NÃO PERCA!! A-T-R-A-Ç-Ã-O-N-A-C-I-O-N-A-L!!!!!

ESPECIALMENTE PARA VOCÊ NO CAMPO DA TUCA!! O BONDE DOS DOM JUAN* NA FESTA DA CUECA**!!!

O impacto foi forte. Ainda estou tentando me recuperar...

* Obviamente estou fazendo um exercício de imaginação quanto à grafia do nome do conjunto melódico proveniente do Rio de Janeiro. Muito provavelmente deve ser alguma coisa como o Bonde dos Don Ruan ou coisa que o valha.

** Não, não farei nenhum exercício de imaginação, tampouco tecerei comentários quanto à natureza e/ou atrações da Festa da Cueca.