sábado, 4 de abril de 2009

DA TOLERÂNCIA E DA BOA EDUCAÇÃO

Então, ontem, estava eu voltando para casa após o cansaço do dia laborativo e aquela coisa toda. Sentada, veja bem. Consegui um lugar no ônibus. Pasta pesada. Sexta-feira. Final da tarde. Celebremos!
Eis que, passada mais da metade do caminho, adentra o ônibus uma senhora notadamente grávida. Jovem senhora, mas grávida. Obviamente todos os assentos vermelhos "RESERVADOS AO USO PREFERENCIAL DE IDOSOS, GESTANTES, DEFICIENTES FÍSICOS E OBESOS" estavam todos ocupados por nã0-idosos, não-gestantes, não-deficientes físicos e não-obesos. Nenhuma novidade. Ninguém cedeu o lugar. Nenhuma novidade. Eu levantei e cedi o lugar. MILAGRE!!
Sim, levantei-me e cedi o lugar. Até porque a jovem senhora exibia um tom levemente esverdeado na face. Achei por bem evitar que ela ficasse em pé e acabasse vomitando na minha cabeça. Instinto de preservação. Saca? Pois é.
Admito que, em minha santa ingenuidade, a jovem senhora se ofereceria para segurar a minha pasta. O que eu educadamente recusaria, já que, caso o vômito se confirmasse, seria ela o destino imediato do mesmo. Enquanto eu deliberava internamente, fiquei olhando a mulher com o canto dos olhos, esperando o movimento característico que indica a disposição da pessoa em segurar o que quer que você tenha pendurado e/ou nas mãos. Movimento este que não aconteceu.
Claro que não! A mulher me olhou, continuou com a mesma cara de paisagem prestes a ser modificada por violentas golfadas, virou-se para a janela e seguiu indiferente.
Confesso que minha vontade primeira foi largar a pasta (que não estava leve, diga-se de passagem) em cima da barriga da mulher. Mas bem em cima MESMO! Aí pensei melhor, e achei que não valia a pena o esforço. Sem contar que, com o impacto, muito provavelmente o que era apenas ameaça acabaria se tornando realidade, e bem em cima de mim.
Por sorte, logo em seguida vagou um lugar e eu sentei de novo.

MORAL DA HISTÓRIA: Não dá pra ser legal. Nunca deu. Não é agora que vai dar.

Um comentário:

ANSELMO disse...

SER LEGAL NÃO É LEGAL. TIVE DE VIR PARA A ÁFRICA PARA CONSCIENTIZAR-ME DISSO.