Sim, sim. Admitamos. O trepidante, inconstante e camaleônico mundo da moda não é um lugar por onde eu transite com frequência. Na verdade, procuro sempre manter uma saudável (e gigantesca) distância deste ambiente e tudo o que o cerca. E quando digo tudo, é TUDO mesmo. O que não significa que eu seja um ser desprovido de bom senso e/ou bom gosto. Claro, saber empregá-los já é um outro assunto, para outro momento. O importante mesmo é que tenho ambos. Embora não pareça.
Mas, perguntam-se todos, por que estou falando disso. Explico.
Dia desses, pela manhã (claro, estas coisas só acontecem de manhã, quando você, neste caso, eu, ainda não acordou direito e está completamente indefeso e incapaz de reagir às agressões que lhe são impostas por pessoas sem-noção, grotescas, vulgares e/ou completamente desprovidas de senso de qualquer coisa), vinha eu, de ônibus, obviamente, para o Centro, quando me deparei (ou melhor, fui obrigada a me deparar) com um conjunto de tactel (tac-tel? tak-tel? taquetel? alguém, por favor?!?!) lilás, com sapatos (SAPATOS, observem, não tênis) combinando e bolsa idem. Bolsa. BOLSA!! Não mochila, ok? OK? Ok.
Numa hora dessas, o que faz a pessoa (eu, ainda)? Se joga pela janela? Não, não havia espaço suficiente. Fecha os olhos com força? Sim, mas a imagem não respeitava os olhos firmemente fechados e atravessava as pálpebras. Troca de lugar? Sim, o mais rápido possível, se houver algum disponível. Na verdade, o melhor seria jogar a pessoa (não eu, desta vez) pela janela (não sendo possível jogar apenas o conjunto, o que é lamentável), mas os outros passageiros poderiam não entender e começar um processo (muito popular entre os estratos menos favorecidos da sociedade) de autorresolução dos problemas (leia-se: linchamento) contra a pessoa, isto é, você (ou eu, neste caso).
O que fazer, então? Simples. Observar e ser forte. Apenas observar e ser (muito) forte. Creiam-me, o processo funciona. E torna a pessoa (eu e você) um ser mais resistente às agressões da vida.
E daí, é a pergunta de um milhão de dólares.
Bom, isso tudo foi só para poder extravasar minha dor e angústia de não poder chegar para o gordinho do (outro) ônibus, na semana passada e dizer:
- Meu filho, veja bem, elástico da cueca aparecendo até pode ser sexy (em determinadas culturas pré-civilizadas o é), mas esta tua cueca marrom-cocô não tá ornando. Tá ruim, meu filho. Muito.
Frustração é meu nome... (suspiro)
5 comentários:
Tu ia infartar ao ver o gosto para estampas do nativos dest terra...
DA SÉRIE "SERIA UM ÓTIMO POST, SE EU NÃO FOSSE UM OGRO PREGUIÇOSO, E TIVESSE MEU PRÓPRIO BLOG":
Hoje eu mandei o contador Embaixada do Brasil em Moçambique tomar no cú. Com um acento bem enfático. Ou melhor: enfati-cú!
ana!! que bom que voltaste à blogosfera!! pena que só soube do teu blog agora, depois do comentário/ameaça do anselmo no blog da dra. marilza... tava com saudades das tuas histórias! :D
quanto ao abrigo de tactel, ele devia ser proibido por lei!! tanta coisa ruim no mundo e as pessoas continuam insistindo em usá-lo!!
Também acho, Carol! Sou a favor de uma fogueira e muitos abrigos de tactel incendiados!
Postar um comentário