domingo, 15 de novembro de 2009

ENTREOUVIDAS... NO ELEVADOR

Conversas de elevador também são umas pérolas. Ainda mais que, pelo diminuto espaço a compartilhar, não existe a mínima possibilidade de não se ouvir o que o outro está dizendo. O que não se aplica a este caso, porque só havia mais duas pessoas no elevador. E eram elas que estavam conversando. Quer dizer, não chegou a ser uma conversa, no real sentido da expressão, foi mais uma troca de informações. O que não impediu de ser um diálogo bizarro. Avaliem.

Eu - Décimo-primeiro, por favor. (sim, eu sou daquelas raras pessoas que pedem "por favor" para a/o ascensorista)

Ascensorista - Pois não.

Moça - Sétimo. (e encostou-se na parede do elevador, olhando fixo para a frente, sem piscar, o que eu acho absolutamente enervante, diga-se de passagem.)

Ascensorista - Oi Fulana. (não havia entusiasmo suficiente no cumprimento que justificasse um ponto de exclamação ali) Tá tudo bem? Aconteceu alguma coisa com a tua família?

Moça - Sim, mataram a minha irmã ontem.

Ascensorista - !!!!!!!!!!

Eu - !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

PLIM! SÉTIMO ANDAR (o elevador tinha aquelas vozinhas irritantes que anunciam aquilo que a gente já sabe)

A moça saiu, ainda sem ter piscado uma única vez e sem fazer qualquer tipo de comentário.

Ascensorista - Ela disse que mataram a irmã dela ontem?

Eu - Parece que sim.

Ascensorista - E ela está aqui trabalhando, como se nada tivesse acontecido?!?!??!

Eu - Parece que sim.

Ascensorista - Mas se fosse eu, nem vinha!!

Eu - Pois é.

PLIM! DÉCIMO-PRIMEIRO ANDAR

Eu - Obrigada!

Acreditem ou não, mas este foi o mais longo diálogo que já travei com uma ascensorista. O que não impede que o dela com a moça tenha sido infinitamente mais bizarro.

4 comentários:

Carol disse...

Isso cheira mal. A ascensorista perguntou diretamente sobre a família da Fulana, em vez de simplesmente ter feito uma pergunta genérica do tipo "aconteceu alguma coisa [ponto de interrogação] (porque hoje meu teclado resolveu que é ABNT e não to achando o ponto de interrogação)". Eu acho que a ascensorista sabia de alguma coisa.

Ana Paula disse...

Pode ser, Carol, pode ser... Talvez ela saiba quem foi ou tenha alguma coisa a ver com o assunto. Acho que foi ela!!!!! Nunca mais entro naquele elevador!!!!!!!!!

Carol disse...

Ou ela participou do crime ou é vidente e está na profissão errada!!!

Maritza disse...

É, a gente nunca sabe do que as ascensoristas são capazes!