Na verdade, não foi entreouvida, eu estava bem do lado do tiozinho que teve que ouvir o inusitado pedido.
Dia desses eu estava esperando para atravessar ali na frente do Rua da Praia Shopping, e do meu lado estava um tiozinho, mais para velhinho do que para novinho, terno, gravata, suores, aquilo tudo. Do lado dele, um mendigo clássico, com o discurso clássico de mendigo. Quer dizer, o início do discurso era clássico, mas o final foi incrível!
Mendigo - Ô moço! Ô moço! Me ajuda aí, vai. Eu preciso de um dinheirinho. Preciso comprar comida, remédio. Me ajuda! Me consegue uma grana aí. Ô cara, me dá uma ajudinha. Me consegue uns 50 reais, aí. Consegue?
Tiozinho - ...
Nisso, abriu o sinal e nós atravessamos. Obviamente, o tiozinho ignorou solenemente o pedido descabido do indigente e atravessou a rua, impávido colosso, sem lançar um olhar sequer para o mendigo. Mas o mendigo, acreditando piamente que cabia uma última tentativa, começou a gritar:
Mendigo - É, vai! Pode ir embora! Não precisa me ajudar mesmo! Não preciso do teu dinheiro mesmo! Pode ir! Quem precisa destes teus trocados? Pode ir, não preciso de ti pra nada!
Então tá.
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